ISSN: 1983-6007 N° da Revista: 09 Setembro à Dezembro de 2009
 
   
 
     
  Relato de Experiência  
   
     
  . Extrapolando os muros do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil /Capsi (1)  
     
 
Valéria Lima Bontempo
 
 

Assistente Social Capsi de Betim/Prefeitura Municipal de Betim/MG
                Professora de Filosofia PUC/MG
               Mestre em Filosofia UFMG
               E-mail:valerialimabontempo@hotmail.com

                               
 
     
 

Resumo: Este texto enfoca alguns aspectos do funcionamento do Projeto Circulando pela Cidade (2), através  do relato de fragmentos da história de um dos seus participantes. O Projeto Circulando pela Cidade é um dos dispositivos de atendimento  do Centro de Referência em Saúde Mental Infanto-Juvenil, do município de Betim/MG. Seu objetivo é possibilitar a criança e/ou adolescente com sofrimento psíquico  outras formas de relações  com o mundo, que não o isolamento, o desânimo, a agressividade ou a passagem ao ato. A proposta   é, então, transitar com os usuários nos diversos espaços da cidade – praças, clubes, parques, ong (s), instituições culturais, educacionais e esportivas, dentre outras – buscando contribuir com o processo de autonomia, inclusão social e cultural,  bem como, com a  apropriação  dos usuários da saúde mental infanto-juvenil nos diversos espaços da cidade.
Palavras-chave:  Inclusão Social. Autonomia.  Espaços da cidade. Criança e adolescente.

Abstract: This paper focuses on some aspects of the operation of the Project Moving the City disperse through the report of fragments of the history of one of its participants. The Project Moving the City is one of the assistance of  Reference Center on Child and Youth Mental Health, the city of Betim / MG. Its goal is to enable children and adolescents with psychological distress or other forms of relations with the world, not the isolation, despondency, aggressiveness or the passage to the act. The proposal is then carried with the users in different areas of the city - squares, clubs, parks, ong (s), cultural institutions, educational and sports, among others - seeking help with the process of autonomy, social inclusion and cultural, and, with the appropriation of patients of mental health for children and youth in different areas of the city.
Keywords: Social Inclusion. Autonomy. Spaces of the city. Child and adolescent.


. Laura, 17 anos, apresenta um déficit cognitivo e tem a psicose como hipótese diagnóstica. Atendida desde 2003 na saúde mental infanto-juvenil apresentou em 2005 sintomas, tais como: risos imotivados, crises de agitação, alucinações visuais e auditivas. A mãe dizia: “às vezes ela fica a noite inteira  rindo, quase não dorme.” Em outro momento a mãe conta que Laura ficou estranha, queria sair para a rua, perder a virgindade, seguir sua vida. Diante dessa situação, Laura  acabou parando de freqüentar a escola. A partir desse momento, Laura começou a ser atendida também pela psiquiatria. Logo após a crise, sua referência técnica e a psiquiátrica incluíram em seu  projeto terapêutico a indicação  para o projeto  circulando pela cidade, o qual  se constitui como um dos dispositivos de tratamento do Capsi de Betim.

. A proposta desse projeto é transitar com os pacientes nos diversos espaços da cidade, acompanhando-os  de uma forma sistematizada e direcionada pelo seu projeto terapêutico. “A idéia é utilizar o circular pela cidade  como uma estratégia para que a criança e/ou adolescente possa descobrir  outras formas de relações  com o mundo, que não o isolamento, o desânimo, a agressividade ou a passagem ao ato.” (BONTEMPO, 2003, P.251). E aqui , vale destacar, que o próprio  sentido  etimológico do termo  circular  inclui entre seus significados: “rodear”, “ “girar”  “ andar em volta” e “ fazer círculo ou roda”.(HOUAISS, 2001, p.727) Assim, podemos dizer que uma das dimensões do projeto é intervir e acompanhar  em determinado momento  esse andar, esse girar, esse rodear daqueles que muitas vezes se  “encontram isolados em suas casas, não freqüentando escolas e nem espaços públicos de lazer ...”(SILVA, 2003, p. 228)

. Em outubro de 2006, Laura começou a participar semanalmente  do circulando. Como fazemos com demais usuários do projeto, primeiramente levantamos com ela as atividades que mais gostava de fazer. Cabisbaixa, fala quase inaudível diz: “gosto  de  pular corda”;  “ gostaria de conhecer o centro de Betim”. Nas reuniões  de organização e avaliação do circulando com os pacientes  trabalhamos com eles  que as atividades do projeto são definidas a partir de suas  sugestões. Assim, intervimos de modo que Laura. pudesse fazer alguma sugestão de passeio, mas nesse dia  a proposta contemplada foi a de  outra paciente.  Discutimos com os participantes da atividade que todos poderão dar uma idéia quanto aos locais a serem visitados e procuramos definir com eles quais serão as prioridades e a seqüência dos passeios a partir daquele momento e os motivos dessa organização.    

. A primeira atividade de Laura no projeto foi uma visita ao Centro Cultural Frei Estanislau, no bairro Jardim Teresópolis. Uma das integrantes do circulando mora nessa região e mostrou interesse em fazer um curso no local. Nesse momento, a proposta dos técnicos era contribuir com a construção do vínculo dessa paciente com o Centro Cultural Frei Estanislau, bem como, levantar informações sobre a possibilidade de inclui-la nos programas culturais e sociais da instituição.  Nesse dia, Laura mostrou-se robotizada, evitando contato. Sobre os  cursos e oficinas do Frei Eustanislau, Laura mostrou interesse  pela capoeira. Contudo, ficou tensa, parecia preocupada, queria saber o horário de volta. Queria saber se a mãe estava esperando por ela.

. Na reunião de avaliação da atividade, Laura manteve-se silenciosa, mas observamos que quando alguma fala lhe agrada, sorri e abaixa a cabeça. Nas primeiras atividades, Laura apenas responde as perguntas que lhe são dirigidas. Nesse  momento fala sempre de um namorado. “ Eu gosto dele”; “ mas ele me chifra”; Laura conta que o beija e que ele vai à sua casa.

. Em função do desejo de Laura em conhecer o  centro da cidade de  Betim, definiu-se junto com os usuários que essa será a  próxima atividade do projeto. Durante essa atividade fomos à feira de camelôs e  ao sacolão popular. Laura mantém uma postura de observação e mantém-se calada. Perguntada, Laura diz que não saiu de casa essa semana e que continua namorando, ri quando falamos no assunto. Mostra-se envergonhada e constrangida, principalmente  quando escuta de R (outra participante do projeto) falas tais como: “ Fico com meu namorado, mas ele usa camisinha. Ele queria sem, mas eu não quero ter filho, eu não tenho condições  de ter as coisas ainda.” “Tô andando com uma menina muito safada, ela transa com todo mundo. Eu  não faço assim.”

. Durante o percurso, que foi feito à pé, Laura em certo momento pára em frente de  um espelho de carro, fica se olhando, coloca as mãos nos seios e sorri. Laura não quer falar dessa situação. Um paciente mostra-se interessado em Laura. Ele puxa conversa com ela, mas Laura permanece silenciosa. Em uma das assembléias de organização do circulando, um  paciente tenta agarrá-la. Laura recua, coloca as mãos nos seios e sorri sem dizer nada. Laura continua falando do namorado quando perguntada. Conta que ele vai a sua casa, que ficam juntos.

. Outras atividades para o projeto circulando sugeridas por Laura e que aconteceram de maneira intercalada às  propostas dos demais pacientes foram tomar sorvete e ir ao zoológico/Belo Horizonte. Primeiramente optamos  por tomar sorvete. Na avaliação dessa atividade, observamos que  Laura já começa a esboçar algo que revela a sua maneira de perceber as situações. “ Eu gostei de tomar sorvete , mas achei ridículo o M(também participante do circulando) gritar na rua.” A partir de um passeio no Shopping, Laura também já se coloca dizendo: “ quero voltar nesse Shopping e comprar balas e bombons.”

. Quanto a sua idéia de irmos ao Zoológico,  os integrantes do circulando  receberam com entusiasmo. Trabalhamos para que essa proposta fosse levada à gerência do Cersami pela própria Laura. Em seguida, fizemos vários contatos para viabilizá-la.  Telefonemas e ofícios também foram realizados. Finalmente, o passeio foi programado. A expectativa foi grande. A mãe de Laura nos conta que a filha não conhece o Zoológico  e que nunca à levou em Belo Horizonte. Foi muito bom ouvir da própria Laura na reunião de avaliação do circulando feita com os pacientes e os familiares,  que o que  ela mais gostou no decorrer do ano foi conhecer o Zoológico, em Belo Horizonte.

. Nas assembléias de organização e avaliação do projeto, Laura já começa a ficar mais à vontade e conta que no final de semana foi  à casa de uma amiga: “ ficamos dançando” e por fim diz: “eu não tenho namorado. Avaliamos que essa fala foi extremamente significativa e apontava para mudanças em seu quadro, pois até então, Laura chegava em todas as atividades contado de situações que envolviam “seu namorado”.

. Mediante demandas  de alguns usuários do projeto circulando, definiu-se  que iremos acompanhá-los no processo de confecção de documentos, tais como a carteira de identidade. Laura  não tem carteira de identidade e mostra interesse em fazer esse documento. A partir de uma conversa com os pais e os técnicos de referência desses pacientes, falamos da proposta do projeto (naquele momento)  de colaborar com aqueles que estavam demandando esse documento de modo que eles participassem diretamente desse processo, conhecendo cada uma das instituições envolvidas nele, construindo assim uma maior autonomia na realização de suas necessidades.

. Os técnicos de referência avaliaram como positiva a proposta. Esse processo foi longo e exigiu várias idas e vidas ao Conselho Tutelar, Secretaria de Assistência Social/Semas, lojas de fotos, delegacia e correio.  E foi dentro desse processo que Laura fez sua carteira de identidade. Algumas falas dos meninos foram importantes para que pudéssemos trabalhar com eles  o significado desse  documento: “ carteira de identidade é para quando ficar mais velho”; “ é para poder andar de ônibus”; “ é um documento que temos que ter para mostrar a polícia se ela chegar na gente”; “ identidade é para identificar”; “ é para entrarmos nos lugares” e assim por diante..

. Em outras atividades, Laura busca  aproximar de R, uma adolescente,  extrovertida e falante. Em certo momento, Laura anda de braço dado com R e mostra-se mais  à vontade. Conta das coisas que gosta,   que foi ao parque de exposição  com a família, diz que gosta da escola e pretende retornar a mesma, gosta da biblioteca e da quadra da escola, de filmes cômicos, tais como os filmes de “Didi”. No entanto, Laura ainda continua com risos imotivados  em várias situações. E quando abordamos a questão ela não responde.

. Considerando que os usuários do Circulando são de distintos bairros, definimos junto com os pacientes que uma outra  diretriz do circulando no decorrer desse ano seria  realizar atividades  na  comunidade  de cada  participante. Mediante um levantamento de demandas dos pacientes quanto a  cursos profissionalizantes, programas sociais e culturais,   tais como dança e música  acordamos com eles  que faríamos visitas à Secretaria de Assistência Social/Semas, na região de moradia de cada um deles, pois essas instituições oferecem uma série de cursos, programas sociais e culturais.  A partir dessa proposta um dos locais visitados foi a Semas  Citrolândia, situada na região de moradia de Laura.

. Durante a visita feita à Semas Citrolândia , Laura ia apontando e falando dos diversos lugares de sua comunidade. “ Lá é o posto de saúde;  ali é o cemitério onde meu avô e meu primo foram enterrados, lá é o supermercado” e segue reconhecendo e apresentando as instituições e locais que compõem o cenário de seu dia-a-dia e que formam sua identidade cultural e social.  Nessa atividade houve uma boa interação dos meninos do projeto circulando  com os usuários da Semas, sejam eles  do Pet – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil ou do Agente Jovem. Laura e demais usuários moradores do Citrolândia foram convidados para participar das atividades da Semas Citrolândia, sendo que uma delas eram  aulas de capoeira.

. Contudo, Laura  e o seu irmão mostraram interesse pelo programa Agente Jovem. Assim, retornamos à Semas  em um outro momento, dessa vez com a mãe de Laura  e a sua inscrição para o Agente Jovem foi efetuada. Sua mãe diz : “ meus  filhos só ficam em casa. Acho bom o Projeto Circulando porque Laura não têm amigos, e quando passeia distrai, conhece outras pessoas. Ela teve depressão forte, ficava em casa isolada, acho que sua depressão foi de tanto ficar em casa. No bairro não tem nada para fazer, a escola é longe, moramos perto da rodovia. Moro aqui há muito tempo, e nem sabia que tinha esses programas aqui no bairro” “... também não sabia que tinha biblioteca,  oficinas de bordado, de música...”

. Laura participou de várias outras atividades do Circulando no decorrer de 2007. Se na avaliação da visita à Semas Centro  disse que o melhor foi deitar na grama do jardim; no passeio à praça do Brasiléia, o bom mesmo foi escolher o sabor do geladinho;  na visita ao Sítio Azul preferiu correr atrás da bola em um jogo de futebol com os meninos que participavam de programas sociais naquele local; mas na Apae Rural trocou tudo isso por uma longa conversa sobre cavalos com Robson(também participante do circulando), mostrando-se um pouco  mais extrovertida e segura de si; na área de lazer do restaurante Rancho Alegre, não deu outra: Laura fez várias poses para fotos;  já nas atividades da brinquedoteca concentrou-se na apresentação de teatro; e na Semas do PTB não resistiu ao ritmo do hip hop  e caiu dança com  os meninos de uma oficina de música que participavam dos programas dessa instituição.

. Laura participou também de várias atividades no Centro de Convivência  da Saúde Mental de Betim –Estação dos Sonhos.  A partir de uma proposta do curso de Enfermagem da PUC – MG de Betim, começou  a acontecer nesse local toda 2 feira atividades educativas, culturais  e lúdicas realizadas pelos alunos de enfermagem, sob a responsabilidade da PUC-MG. Laura e demais usuários manifestaram vontade de participar dessas atividades e passamos, então, a freqüentar com maior assiduidade o Centro de Convivência da Saúde Mental de Betim – Estação dos Sonhos. Participamos de várias   oficinas nesse espaço. Uma dessas oficinas foi a do salão de beleza. Nela foi trabalhado questões ligadas a auto-estima , atividades lúdicas e no final todos ganharam um kit com produtos de beleza. Nesse espaço, Laura mostrou-se mais falante e ainda que timidamente, chegou a conversar com outros usuários da saúde mental. Em uma dessas atividades saiu de lá toda maquiada e sorridente com essa nova possibilidade.

. Um evento que também aproximou muito os usuários do Projeto Circulando pela Cidade do Centro de Convivência  foi sua festa junina, principalmente os ensaios da quadrilha.  E por falar em festa junina, Laura dançou quadrilha tanto na festa do Centro de Convivência como na do Cersami. Participou das oficinas de confecção de seu vestido de quadrilha, dos ensaios e da organização da festa. Também através das ações do  Projeto Circulando ajudou a escolher e comprar as prendas que seriam  dadas em nossa  festa junina. 

. Avaliamos que essas atividades do “Circulando”, no Centro de Convivência foram  fundamentais para a aproximação dos usuários da saúde mental infanto-juvenil desse dispositivo, que geralmente  é usado pelos adultos. Um dos grandes desafios que temos na saúde mental infantil em Betim é justamente o processo de transferência de nossos pacientes quando completam 18 anos para o serviço de saúde mental do adulto, pois na maioria das vezes eles têm grande dificuldade de constituir uma nova referência com os serviços que vão atendê-los depois dos 18 anos. Sendo assim, acreditamos que  essas atividades do “Circulando” são mais uma possibilidade  para que os usuários do Cersami conheçam os usuários adultos, seus técnicos e também o espaço do Centro de Convivência, iniciando-se assim um processo de “transferência” e apropriação do mesmo.

. Outro aspecto que merece destaque na trajetória de Laura  no Circulando foi sua atuação como ajudante em algumas de nossas atividades. Não só Laura, mas todos usuários que quiseram, tiveram oportunidade de ficar nesse lugar por algum momento. A sugestão de ter um usuário como ajudante em cada atividade veio dos  próprios participantes. Laura foi indicada pelos demais pacientes  para ocupar esse lugar quando fomos a Casa de cultura de Betim, o que aceitou de bom grado. Lá procurou acompanhar R. para tomar água, o que lhe conferiu uma certa liderança. Aspecto importante, já que ela se mostrava muito introvertida. Laura, nos ajudou também, lembrando a todos, de jogar os copos descartáveis no lixo ou mesmo chamando nossa atenção para quando um paciente começava a se afastar do grupo. Laura mostrou-se satisfeita nessa função, passando a  emitir mais opiniões, falando em tom mais alto, contribuindo e solicitando  dos demais usuários cooperação durante a atividade .

. Nas assembléias de avaliação e organização das atividades do circulando, Laura passou a se colocar mais, fazendo comentários sobre os lugares, as pessoas, suas atitudes, sobre os demais pacientes, bem como, do seu  jeito de ser. Percebemos que, com a convivência dela com os usuários do projeto e  também com as pessoas que conhecíamos em cada local que íamos, Laura se conhecia e se reconhecia mais.  Pouco antes de seu desligamento do projeto, no final de 2007,  Laura que até poucos meses atrás se mostrava uma menina passiva e calada, extremamente introvertida, voz quase inaudível,  começa a revelar outras faces de seu ser: e em certa ocasião diz: “ eu não sou tão quietinha assim, as vezes apronto, brigo com meu irmão, apronto com minha mãe ...“ Enfim, sua presença foi se tornando cada vez mais presente.


 
 

Referências Bibliográficas

CERSAMI. Projeto de Saúde Mental Infanto-Juvenil de Betim. 1996, mimeografo.

BONTEMPO, Valéria Lima. “Projeto Circulando pela Cidade.”  In: A clínica de crianças com transtornos no desenvolvimento – uma contribuição  no campo da Psicanálise e da Saúde Mental. Org. por Andréa Máris Campos Guerra e Nádia Laguárdia de Lima. – Belo Horizonte: Autêntica:FUMEC, 2003.

BONTEMPO, Valéria Lima. “ Circulando pela cidade – uma estratégia de inclusão social, Betim, 2007, mimeo.

HOUAISS, Antônio e Villar, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Ministério da Saúde. Saúde Mental no SUS – Os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília,   DF, 2004.

Ministério da Saúde. Caminhos para uma política de saúde mental infanto-juvenil.Brasília,   DF, 2005.

SILVA, Mônica Eulália.”Saúde Mental infanto-juvenil: a experiência  do CERSAMI”. In: A clínica de crianças com transtornos no desenvolvimento – uma contribuição  no campo da Psicanálise e da Saúde Mental. Org. por Andréa Máris Campos Guerra e Nádia Laguárdia de Lima. – Belo Horizonte: Autêntica:FUMEC, 2003.

VIGANÓ, Carlo. “A construção do caso clínico em saúde mental.” Conferência proferida no  Seminário de Saúde Mental, Psiquiatria e Psicanálise, na AMMG,  Belo Horizonte,  1997. Trad. Mercedes Brito e Leonardo.

 
     
 

Notas

(1) A elaboração deste texto foi feita  a partir dos registros em prontuário e relatórios das atividades do Projeto Circulando pela Cidade, realizados  pela enfermeira, Ana Paula Botti e por mim, em 2006 e 2007, e também,   da avaliação desse dispositivo de atendimento junto à equipe técnica do Centro de Referência em Saúde Mental Infanto-Juvenil de Betim/MG - Cersami,

(2) O Projeto Circulando pela Cidade foi constituído em 2000 e funciona 1 fez por semana. Participam da realização desse projeto: 1(uma) assistente social, 1(uma) enfermeira, 1 estagiário e 1 técnico de enfermagem. O papel dos técnicos  nesse projeto é estabelecer-se como uma ponte entre o paciente e a cidade, de modo a contribuir com seu processo de autonomia e inclusão social. O ponto de partida dos técnicos  é o próprio paciente, sua história, seus interesses,  os significantes que constituem seu mundo, enfim, sua cultura. A indicação dos usuários para o Circulando pela Cidade ocorre a partir do projeto terapêutico de cada um. Ressaltamos, ainda, que a maioria das  crianças e jovens que atendemos são pobres e sem opção de lazer; excluídos dos bens de consumo e cultura; vivendo situações familiares difíceis; infrequentes ou afastados da escola em função da doença; sem vínculo social; e excluídos  socialmente.

 
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